quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pânico

Título original: Scream
Lançamento: 1996 (EUA)
Direção: Wes Craven
Atores: Neve Campbell, David Arquette, Courteney Cox, Matthew Lilard.
Duração: 110 min
Gênero: Terror

Taí um emblema da minha adolescência: a gente se reunia na casa de alguém e via todas as sequências de "Pânico", "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado", "Lenda Urbana" e outros supostos thrillers enlatados; preferencialmente em "festas do pijama", em que a gente pudesse assustar umas às outras a madrugada toda. Sem mencionar as vezes que saí da minha pacata Três Rios, com as meninas, para desfrutar destas "obras" em Juiz de Fora, no cinema - coisa que não existia na nossa terrinha. E como a gente se achava adulta vindo passear em "Gifora"! Tempo bom.

Por toda essa nostalgia, admito que tava doida pra assistir Pânico 4 -sobre o qual comentarei no final do post-, o que fiz no bendito feriado prolongado . Só que aí me deu vontade de ver de onde tinha saído aquilo, e resolvi rever o original. E depois de fazer isso, pensei um pouco e acho que o que fez Pânico dar certo foi tratar a temática dos "serial killers" com uma linguagem mais jovem sem, por isso, ser retardado. Temos que dar desconto para algumas cenas que realmente são idiotas, sobretudo as que se passam no colégio onde estuda a protagonista e alvo do assassino mascarado, Sidney (Neve Campbell). Mas acho que são imbecis muito menos pelo filme em si , do que pelo fato de que os teens americanos são mesmo retardados. O fato de usar atores jovens  (sim, a Courteney Cox , vulga Monica Geller, era nova na época, gente! E sem botox!) também aproxima o filme de um público mais adolescente, mostrando um tipo de thriller que esta galera não estava acostumada a ver.

Digo isso porque acho que dá pra dizer que Pânico foi um dos primeiros filmes - para minha geração-que não abordou o terror sob o prisma da  fantasia, dos mortos-vivos e afins, como os "Sextas-feiras 13", "Horas do pesadelo" e "Brinquedos Assassinos" e"Exorcistas" da vida. (Tipo de filme que aliás, eu detesto, simplesmente pelo fato de que eu sou cagona e me borro de medo de criaturas do além- ou possuídas, tanto faz- atrás de gente viva.) Talvez isso explique o sucesso do filme na época e o fato de ele ter tido tantas sequências -se é que vai parar no 4. Esse novo terror que não era Freddie Krueger, mas também não chegava a ser Hannibal Lecter. (Ou talvez o hit se deva só ao fato de que era muito fácil passar a mão no telefone pra meter medo em alguém, como acontece no approach do assassino do filme, que sempre bate um fio para a próxima vítima antes de descer o facão)

De mais a mais, foi divertido rever Pânico, embora agora, com 25 anos na fuça, eu ache o roteiro clichê e previsível. Mas há que se convir que isto é dito por alguém que viu todas as sequências e se lembrava de todas as mortes do primogênito de Craven. Em linhas gerais, o filme é bem feito e bem amarrado, apesar das fugas estilo McGyver da  imortal Sidney e da bitchisse forçada da repórter-abutre Gale Weathers (Monica Geller), sempre soltando um "fuck you" que parece não encaixar na fala. Os efeitos também podiam ser melhores, mas reza a lenda de que a "sanguificina" com cor de esmalte foi proposital, pra dar um quê de bizarro mesmo. Mission accomplished. "1001 filmes" diz que entre as razões pro sucesso do Pânico está a capacidade de Craven de assustar o público mesmo nas passagens mais engraçadas. Mas eu prefiro voltar aos meus 13 anos e pensar em Pânico como um filme só assustador, mesmo que já não seja, só pra honrar a memória daquele tempo.

Melhor fala: "What's your favorite scary movie?" ( Na verdade, é a mais emblemática e não a melhor.A pergunta que o assassino fantasiado sempre faz ao telefone, para suas vítimas)

Menção (des) honrosa para Pânico 4

Em poucas palavras, Pânico 4 é uma grandessíssima merda- o que já era de se esperar. A Sidney, coitada, mais uma vez volta a ser perseguida pelo matador travestido (ui!), quando finalmente acha que pode por o burro na sombra. E dá meio na cara que a Neve Campbell não "guenta" mais ser Sidney na vida. Pra quem já viu os três primeiros, não há nada de surpreendente, e o filme acaba sendo é uma comédia de Sessão da Tarde mesmo. Ninguém chama atenção no elenco novo e o final é bem previsível. (Embora graças à língua frouxa meu amigo Peixoto eu já soubesse quem era o assassino antes de ver o filme). Sem falar que é muito deprê ver a Courteney Cox com a cara toda botocada e o David Arquette gordaço, e que os dois interpretam marido e mulher no filme, pouquíssimo depois de terem se divorciado. É, Courteney, por "Pânico 4" eu não encarava o climão de trabalhar com ex-marido não, sinceramente.

Um comentário:

  1. em uma frase: "mas é um anão desgraçado, mesmo!" (NUNES, Vinícius). hahaha... como se não bastassem desentarrem o "pânico" séculos depois, quando a sequência nem tem mais razão de ser - exceto financeira, claro! e quem não gosta de dinheiro, né? eu curto! ;) - o anão vai lá e estraga tudo! hahaha... mas tudo bem, não vou esculachar mais, já que ontem foi níver dele e fica aqui todo meu respeito e amor. afinal, garantiu bons momentos a vida toda e não vai ser por causa de um spoilerzinho de um filme besta que vamos maiá mais o sujeito, gradamos dimais dele, sô!
    no mais: parei no 1 e nunca mais voltei a ver. mas confesso que amei o primeiro, cagava de medo, e me divertia muito entre panelas de brigadeiro e telefones tocando de madrugada, das amigas de colégio querendo matar umas as outras de medo... tempo bom, mesmo!

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